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Música de Abertura: "Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão", de Mano Borges

domingo, 9 de dezembro de 2007

Meu Verbo Amar

Meu verbo amar habita, com certeza,
uma cidade à moda portuguesa,
de traço desconforme, à velha Alfama,
de ladeiras pojadas de Poesia,
a ecoar, pelos chãos de cantaria,
o crepitar da lusitana chama.

Meu verbo amar lhe perambula os becos,
onde, em passo nostálgico, ouve os ecos
das vozes de poetas singulares,
que, traduzindo um mesmo sentimento,
soltaram o estro seu à voz do vento,
no tributo de amor de seus cantares.

Meu verbo amar percorre-lhe os sobrados,
onde azulejos, d'Além-mar chegados,
emouriscam fachadas tropicais
- de tão arquitetônica beleza,
em arabescos, tais, de tal leveza
que assemelham fantásticos murais.

E as ruas onde o verbo amar vadia?
Ao Sol, ouve cantar a Cotovia,
aspirando Alecrim entre Craveiros...
Ouvir-lhe os nomes, lírica emoção:
Afogados... Passeio... Viração...
Inveja... Paz... Desterro... dos Barqueiros...

Meu verbo amar tem pouso firme e certo:
por mais longe que eu vá, em rumo incerto,
se eu deixo São Luís do Maranhão
uma enorme tristeza me desterra
e domina, se insisto noutra terra:
- meu verbo amar só vive no meu Chão!

WALDEMIRO Antonio Bacelar VIANA
Poeta e escritor, nasceu em São Luís (MA) a 24 de julho de 1946.
Formou-se em Direito pela Faculdade de São Luís em 1969.
Foi cronista dos jornais "O Imparcial" - Coluna "Sacada" - e "Jornal do Maranhão" - Coluna "Ponto de Vista" -, por cerca de seis anos.
Publicou três romances, a saber: "Graúna em Roça de Arroz", "A Questionável Amoralidade de Apolônio Proeza" e "O Mau Samaritano".
Tem no prelo o romance "O Pulha Fictício". E ainda, por publicar, o romance "Emoções, Paixões, Traições, Caixões", livre apreciação do caso Pontes Visgueiro, que chocou o País, no segundo quartel do Século XIX.
É membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 2, em substituição a seu pai, Fernando Viana, o que o enche de justificado orgulho.

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