REPORTE LINKS INOPERANTES CLICANDO AQUI: MúsicAmiga
Música de Abertura: "Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão", de Mano Borges

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O CUMPADI MORIBUNDO
O nosso mestre dos causos, o saudoso Cornélio Pires, já disse em seus livros de pataquadas que não existe história velha. O que há são várias maneiras de contá-la. Assim a dita corre o mundo e de repente reaparece por aqui ou por ali, de forma diferente e cada vez mais engraçada. Feito o registro, passo a contar um causo desses que o velho Cornélio me ensinou e eu mesmo me divirto com esse desfecho até hoje. O caboclo entra correndo na igreja da cidade à procura do sêo vigário e logo perto do confessionário já o encontra. O diálogo que se seguiu foi assim.
Caboclo – Sêo padre! Venha depressa. O sinhô deve ir comigo até o arraiá, pois o cumpadi Zeca tá no úrtimo suspiro. Tá morrendo, o coitado, e eu vim buscá voismecê pra dá uma extremunção pra ele.
Padre – Onde o seu cumpadi está mesmo? Onde ele mora?
Caboclo – No arraiá da curva torta. Tem uns par de légua daqui inté lá. Mas vamos logo, sêo padre. Ele tá esperando o sinhô.
Padre – Me diga uma coisa: o enfermo está mesmo morrendo?
Caboclo – Craro que tá! Já tá inté com a sororoca... Tá na úrtima suspiração. Tá morrendo mêmo...
Padre – Mas, se é tão longe quanto o senhor diz, de nada adianta eu ir até lá para dar a extremaunção, pois quando eu chegar lá o enfermo já terá morrido com toda a certeza.
Caboclo – Num tem esse perigo não, sêo vigário. Quando eu saí de lá, eu me preveni disso. Ele num morre tão fácil porque eu deixei uns amigo meu intretêno ele com uns causo...
Causos do Boldrin

Nenhum comentário: