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Música de Abertura: "Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão", de Mano Borges

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

FILHOTE NÃO VOA
Existe por aí afora muito caboclinho esperto e safado. Imaginem que lá pras bandas do Corgo Fundo tinha um que era tal e qual do jeito que estou falando.
Pois não é que o dito cujo deu de roubar coisas da igreja de lá? E virava e mexia, o padre saía excomungando o tal, pois não conseguia pegá-lo com a boca na botija, ou melhor, com a mão na mercadoria roubada. E vai daqui e vai dali, continuava sumindo coisa. Ora uma imagem, ora dinheiro dos cofrinhos... Enfim: um despropósito de coragem pra furto.
Mas – sempre tem um mas – eis que o padre resolve botar um paradeiro na roubança. Arma-se de um trabuco carregado e posta-se às escondidas no escuro da igreja em altas horas e ali espera, atocaiado, pelo ladrãozinho que não deveria demorar para aparecer. Devia ser umas 3 da madrugada quando o padre se depara com um vulto esperto na escuridão. Engatilha o trabuco e aponta no rumo do vulto que, percebendo, se esconde com a carinha de safado por detrás de uma estátua grande de um anjo de asas...
PADRE (falando alto) – Quem está aí?
Ninguém, é claro, responde.
PADRE (mais alto) – Quem está aí?
Ninguém responde.
PADRE (apontando a arma engatilhada) – Pois bem. Pela última vez, vou perguntar: quem está aí? Se não responder, vou pregar fogo.
A VOZ (trêmula e disfarçada) – É... é... um anjo, seu vigário. Eu sô um anjo...
PADRE (percebendo a malandragem)– Que anjo o quê, seu idiota! Voa já daí!
A VOZ (caipiresca) – Num posso avuá, seu vigário. Eu sô fióti!
Conta-se que o padre, depois dessa resposta, resolveu ir dormir.
Causos do Boldrin

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