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Música de Abertura: "Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão", de Mano Borges

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Amaral Raposo

Discurso sem a utilização de verbos, proferido pelo Jornalista Amaral Raposo, quando de sua posse na Academia Maranhense de Letras, fato raro no analecto brasileiro.

"Onde, agora, os elementos essenciais à consecução da meta: em pauta? Ante o fulgor sideral da personalidade de Luiz Viana, surpreendente de ilustração e de cultura, onde em mim a energia espiritual, a força de análise, os recursos de intuição, e, ainda, onde os documentos imprescindíveis ao estudo e à crítica para o elogio do vitorioso didata?
Onde, em mim, a esta altura de uma existência sem brilho e sem relevo, portador de um coração já deserto de impulsos criadores e de uma alma já órfã de esperanças, de idealismo e de sonho, a conquista dos clarões mentais, indispensavelmente necessários ao exame de tão preclaro representante da capacidade científica maranhense, das vitórias literárias maranhenses, dos triunfos poéticos maranhenses, sobretudo da extraordinária vocação pedagógica do insigne conterrâneo, tão viva e palpitante, entre as cogitações desse grande vencedor de mil batalhas, nos altiplanos da erudição e da sabedoria?
Por isso mesmo, para quem as solenidades desta noite? Para quem esta reunião dos mais capacitados expoentes do nosso romance, do nosso periodismo, de nossa poesia, de nosso teatro, de todas essas múltiplas e luminosas atividades, presentes, sempre, nas elevadas preocupações dos homens de pensamento e de cultura?
Acaso por minha causa, acaso para mim, obscuro combatente de campanhas sem vitórias, por mim, vaga figura sem projeção e sem nome, além das fronteiras provinciais de nossa terra? Certo que não. Para quem esta honra grandiosa, tão repleta de beleza espiritual, de encantamento e de sonho? Para mim, para a inútil insignificância do meu nada? Ainda não. Para quem, pois, a homenagem? Para Luiz Viana, para o infatigável mestre de sucessivas gerações, para o professor do Instituto de Manguinhos, para o belo cronista de O Estado de S.Paulo, para o diretor de Instrução Pública da Parnaíba, para o catedrático de história natural do Liceu Maranhense; num crescendo incessante de funções e de cargos, cada qual mais à altura de nossos louvores, de nossa admiração e de nosso respeito, para o Diretor do Liceu Maranhense, para o idealista e o pioneiro da Escola Normal do Maranhão, para o fundador, logo depois, do Colégio de São Luís, essa tradicional fonte de educação moral e cívica de nossa mocidade estudiosa".
(Fonte: Revista da AML, junho de 1998).
José Raposo Gonçalves da Silva nasceu e se batizou com este nome, porém, se consagrou no jornalismo e morreu como Amaral Raposo. Natural de Grajaú (MA), veio ao mundo a 27 de maio de 1903, falecendo a 10 de abril de 1976
Saiba mais sobre Amaral Raposo.

Um comentário:

Unknown disse...

Só mesmo um luminar da Atenas Brasileira para perpetrar um texto sem ação (ou sem verbos) como este!