José Chagas (*)
Cabe a cidade no olho do turista
se é que o turista sabe mesmo olhar.
Há quem não saiba ver o quanto avista
e é como um cego no seu contemplar.
Uma cidade nunca deixa a pista
por onde a gente possa penetrar
a alma da urbe que não se conquista
nem se obtém apenas no enxergar.
E quem leva a cidade só na vista
leva o que em breve pode se apagar,
porquanto o que na memória não registra
jamais terá na mente o seu lugar.
Mas, enfim, o que importa do turista,
mais que o que leva é que ele vem deixar.
Do livro "Azulejos do Tempo".
(*) Paraibano de Santana dos Garrotes, é radicado em São Luís desde a sua juventude.
Jornalista, poeta e escritor, é membro da Academia Maranhense de Letras.
Saiba mais, aqui.
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