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Música de Abertura: "Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão", de Mano Borges

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Biografia de Uma Setentona

Ontem completei setenta anos!
Dizem que sete é número cabala
Que quando passa pela gente,
Abala.
Aos sete anos
Sorri.
Vivia feliz, contente,
Ganhei o uso da razão,
Perdi todos os dentes
Ganhei dentes permanentes
E virei gente.
Aos dezessete,
Amei...
Voei, sonhei, criei asas e
Parti.
Com vinte e sete anos,
Pari.
Coloquei filhos no mundo,
Vivenciei um amor muito mais profundo.
Aos trinta e sete,
Perdoei.
Compreendi que sem perdão
O amor não existe,
E sem amor
o mundo fica mais triste.
Aos quarenta e sete,
Exultei,
Virei vovó e descobri
Que ser mãe e avó
É uma coisa só.
Com cinqüenta e sete anos
Engordei.
Me dei conta de que a tarde ia morrendo,
Eu estava envelhecendo
E entrando na terceira idade.
Aos sessenta e sete anos
Chorei.
Bateu uma forte saudade
De tudo o que eu vivi.
Não vi porta pro futuro,
Senti falta do passado
Sentei na beira da estrada
E adormeci.
Com setenta anos
Acordei
E agora estou aqui.
Confusa
Porque sinto que me perdi.
Hei!
Alguém viu uma velha tonta por aí?
Maria da Graça Moreira Leite
Maranhense, poeta e escritora,
Membro da Academia Pinheirense de
Letras, Artes e Ciências

2 comentários:

Suzane Werdt disse...

Incrível seu blog. Parabéns, lindo lindo!!

Esse texto aí, então... de arrepiar os cabelinhos!

Cunha Carneiro disse...

Obrigado por seu comentário.
Divulgue o blog e volte sempre.
Um grande abraço.