Desde os primeiros registros da existência da espécie humana, nada tem sido mais representativo de nossa necessidade de compartilhar idéias, temores, alegrias, conquistas, momentos, do que a fogueira. Desde que da escuridão das cavernas se fez o fogo, homens e mulheres se reúnem em torne dele que aquece, cozinha, protege – clareia. Diante do perigo que queima, mais vale o prazer de compartilhar, de estar junto, de viver reunido.
Dessa experiência primitiva de vivenciar o paradoxo entre o bem e o mal pelo fogo da fogueira, muitas metáforas criamos: o fogo da paixão, a fogueira das vaidades, fogo de palha, fogo na roupa, até aonde nossa imaginação nos levar – É fogo!
Sempre atendendo ao instinto (de sobrevivência?) de reunir, criamos inúmeras situações de encontro em que a fogueira está presente (o símbolo): nas noites de lua nas areias da praia; nos acampamentos; nos churrascos de fogo-de-chão; nas brincadeiras de rua da cultura popular como se faz lá no Maranhão – enquanto o couro estica e afina, o bom mesmo é a conversa fiada: vivências, valores, paixões compartilhadas – é o ritual da fogueira pela perpetuação da cultura.
Celebrando o fogo primitivo das fogueiras que nos reúne e o fogo filosófico das paixões que nos move a passos largos na estrada da vida, eis aqui “Quero Fogo”. Nesse mais recente trabalho, César se entrega a seu processo criativo por inteiro. Em suas palavras, a tradução: “- Eu sou isso aí”.
(Encarte)
Abrace:- Quero Fogo (2006)
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