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Música de Abertura: "Maranhão, Meu Tesouro, Meu Torrão", de Mano Borges

domingo, 28 de outubro de 2007

Chiquinho França

O HOMEM DOS SETE (SETE???) INSTRUMENTOS
"Ele aprendeu música ouvindo um ceguinho que pedia esmolas na rodoviária de sua cidade e tocava com um cavaquinho numa afinação inventada. Outras escolas foram a vitrola da vizinha e um radinho de pilha sem antena que só pegava em cima do muro. Filho de um lavrador e uma doméstica, Chiquinho França, 44 anos, maranhense de Santa Inês, a 300 quilômetros de São Luís, já lançou em seu Estado cinco CDs instrumentais e um DVD (Solos), gravado no Teatro Arthur Azevedo, na capital.E emplacou temas nas trilhas dos programas Globo Repórter e Fantástico, na Globo.
– Hoje eu vivo de música. E instrumental. E ainda no Maranhão! Chupa essa manga, cara! – provoca ele.
O repertório do virtuose Chiquinho mistura eruditos numa levada pop – como a Flauta mágica (Mozart) e a Quinta Sinfonia, (Beethoven).
– Não consigo tocar bem o que não gosto. Por isso concilio o que gosto de tocar e o que o meu público gosta de ouvir – explica.
– Geralmente, escolho as músicas no palco. As que não agradam, deixo de tocar nos shows. Não consigo trabalhar com um só ritmo, adoro fazer essa mistura de pop com erudito, rock com o choro e o baião. A troca de instrumentos dá uma mudança de sonoridade que agrada ao público.
No cardápio eclético do solista também está incluída sua porção autoral.
– Não consigo explicar minha inspiração para compor. Ela simplesmente vem. A não ser por encomenda, no caso do jingle, em que o próprio produto é a inspiração - revela.
Admirador de guitarristas como Pepeu Gomes, George Benson e David Gilmour e de bandolinistas como Jacob Bittencourt e Armandinho Macedo, Chiquinho confessa alguma dificuldade para nomear as composições: “Concerto pós-conserto”, como indica o título, saiu depois que a corda da guitarra arrebentou; “Fissura” celebrou o sentimento em relação à primeira guitarra, que só conseguiu comprar já casado, aos 25 anos.
Pai de três filhos, duas meninas (“também musicistas, só que não quiseram se profissionalizar”) e do rapaz João Bluesdart (“mistura de blues e arte”), que toca teclados em sua banda. Chiquinho França pretende aproveitar a vinda ao Rio para negociar com distribuidoras e gravadoras seus cinco discos produzidos em esquema independente, no Maranhão. Tarefa nada árdua para quem, na infância, passou um mês vendendo doces na feira para comprar um álbum duplo de Chico Buarque, encalhado numa loja da cidade.
– Fiquei encantado com a melodia. Era diferente de tudo que eu escutava na época. O sujeito da loja me vendeu barato e ainda ficou com remorso de ter enrolado um garoto com um disco ruim – lembra."
Tárik de Sousa/ Caderno B do Jornal do Brasil (07.05.2007)
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