WELLINGTON REIS & JOSÉ IGNÁCIO
"O impulso imaginado e óbvio – imaginado inteligente – é tratar esse disco como se fosse um banquete, fazendo analogias entre o bem temperado, o bem consumido e o bem digerido.
Come-se como se...
E isto seria o “estalo” do pretenso gênio. Eu, no entanto, longe de ser gênio, prefiro tratar este disco como ele, de fato, é: um instante honesto e lúcido de poesia. E só quem trabalha arte sabe da imensa dificuldade que existe em, fazendo-a simples, mantê-la magnífica.
Dizem os mais exigentes “gourmets” que, na verdade, o bom tempero está nas pontas dos dedos de quem cozinha. Não basta, portanto, misturar sal, limão e cebola para adquirir-se determinado sabor. Se assim fosse, todo aquele que soubesse algumas palavras faria um verso digno do nome. A diferença, por conseguinte, está em quem arrumou as palavras ou misturou os temperos.
Este disco, por sua vez, é uma mistura perfeita. Tem gosto de manhã de domingo e cheiro de toalhas brancas. Sugere cervejas. Reúne amigos, aproxima pessoas, não é preciso ouvir as gargalhadas para sabê-las existentes.
É manhã neste disco. Manhã de São Luís: clara, ardente, sugestiva, linda.
Houve tiquiras antes.
Existem risos depois.
Há sol durante."
Come-se como se...
E isto seria o “estalo” do pretenso gênio. Eu, no entanto, longe de ser gênio, prefiro tratar este disco como ele, de fato, é: um instante honesto e lúcido de poesia. E só quem trabalha arte sabe da imensa dificuldade que existe em, fazendo-a simples, mantê-la magnífica.
Dizem os mais exigentes “gourmets” que, na verdade, o bom tempero está nas pontas dos dedos de quem cozinha. Não basta, portanto, misturar sal, limão e cebola para adquirir-se determinado sabor. Se assim fosse, todo aquele que soubesse algumas palavras faria um verso digno do nome. A diferença, por conseguinte, está em quem arrumou as palavras ou misturou os temperos.
Este disco, por sua vez, é uma mistura perfeita. Tem gosto de manhã de domingo e cheiro de toalhas brancas. Sugere cervejas. Reúne amigos, aproxima pessoas, não é preciso ouvir as gargalhadas para sabê-las existentes.
É manhã neste disco. Manhã de São Luís: clara, ardente, sugestiva, linda.
Houve tiquiras antes.
Existem risos depois.
Há sol durante."
(Américo Azevedo Neto)
MÚSICOS PARTICIPANTES: Antônio Carrasqueira: flautas / Ubiratan Sousa: violão 6 e 7 cordas, cavaco, banjo (Arroz de Mariscos...); agogô e surdo (Divino Doce...); tamborim (Cuxá Orquestrado) e "papel na mão" (Arroz de Mariscos...) / Paulinho: pistom / Waldir: trombone / Sumé: sax / Pitoco: clarinete / Mauro Bucli: cello / Ari: baixo / Gordo Elinaldo: banjo (Cuxá Orquestrado) / Marco Barros: violão (Peixe ao Escabeche...) / Tomaz: rabecas e violinos / Miltinho: bandolim / José Pretinho e Wellington "Chororó": percussão e efeitos / José Ignácio e Wellington Reis: ambientação de feira (vozes solo) / Inácio Pinheiro, Roberto Brandão, Fátima Passarinho, Luciana Pinheiro e Wellington Reis: coro.
- Sotaque Maranhense na Arte de Cozinhar (2002)
3 comentários:
Gostei muito das músicas, mas senti falta do nome da banda que acompanha os vocalistas...vc saberia me informar?
Simpático o blogger do conterrâneo. Senti-me lisonjeado. Respondendo ao anônimo, não é uma "banda"; foram ilustres personalidades da música, arrebanhados pelo maestro maranhense Ubiratan Sousa, radicado em São Paulo. O cd continua disponível. Abrs. |
Grande Zé,
Você é que nos honra com a sua visita. Volte sempre e um grande abraço
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